Aceitar as partidas que a vida te prega não é fácil.
Aceitar que os teus planos mudam, por força das consequências, não é fácil.
Aceitar que as tuas próprias escolhas tiveram resultados desastrosos não é fácil.
"Abre o teu coração", "Toma as rédeas da tua vida", "Tu podes escolher", são tudo tretas muito bonitas para os programas da Oprah, mas na vida real as coisas não são assim tão simples. Porque se abres o teu coração deixas de controlar o que entra ou o que sai. Para tomares as rédeas da tua vida é preciso primeiro selar o cavalo e isso requer muita força. E porque, sim, sempre podemos escolher, mas o que não nos dizem muitas vezes é que temos de escolher umas coisas em detrimento de outras.
Faço a mala e vou. Deixo para trás o plano que tinha e o projecto que não pude concluir. E é a vida que me empurra para que vá encontrar um novo projecto. Tentam convencer-me que o melhor é aceitar, pôr um sorriso na cara e abrir bem os braços para que as oportunidades do futuro não me escapem. Mas na verdade, não me sinto assim tão convencida. Há coisas que sei, outras que adivinho e outras das quais não faço puto de ideia. E é bom dizer "Seja o que Deus quiser". Por isso vou. Em bipolaridade, vou. Feliz porque do outro lado está algo que quero, agora e para o futuro. E com o coração em partículas porque deste lado fica algo que só soube quanto queria depois de ter.
Aceitar. Com serenidade. E a coragem e sabedoria, já agora, também vinham a calhar...
A AJ, filha de uma menina que ao longe vi crescer e que está agora a começar o seu caminho pela felicidade.
A mudança, capaz de nos envolver nos seus tentáculos e nos levar ao inimaginável.
A esperança, que nos embala e faz balão de oxigénio quando parece que o sopro é o último.
A vontade, que vem não sabemos às vezes de onde, mas sem a qual só conseguimos ficar na cama.
O amor, na sua forma caleidoscópica.
O período de meditação...meu e deste blog. Tive saudades...
Obrigada ao Berçário por me tirar do coma... ;)