Aceitar as partidas que a vida te prega não é fácil.
Aceitar que os teus planos mudam, por força das consequências, não é fácil.
Aceitar que as tuas próprias escolhas tiveram resultados desastrosos não é fácil.
"Abre o teu coração", "Toma as rédeas da tua vida", "Tu podes escolher", são tudo tretas muito bonitas para os programas da Oprah, mas na vida real as coisas não são assim tão simples. Porque se abres o teu coração deixas de controlar o que entra ou o que sai. Para tomares as rédeas da tua vida é preciso primeiro selar o cavalo e isso requer muita força. E porque, sim, sempre podemos escolher, mas o que não nos dizem muitas vezes é que temos de escolher umas coisas em detrimento de outras.
Faço a mala e vou. Deixo para trás o plano que tinha e o projecto que não pude concluir. E é a vida que me empurra para que vá encontrar um novo projecto. Tentam convencer-me que o melhor é aceitar, pôr um sorriso na cara e abrir bem os braços para que as oportunidades do futuro não me escapem. Mas na verdade, não me sinto assim tão convencida. Há coisas que sei, outras que adivinho e outras das quais não faço puto de ideia. E é bom dizer "Seja o que Deus quiser". Por isso vou. Em bipolaridade, vou. Feliz porque do outro lado está algo que quero, agora e para o futuro. E com o coração em partículas porque deste lado fica algo que só soube quanto queria depois de ter.
Aceitar. Com serenidade. E a coragem e sabedoria, já agora, também vinham a calhar...
Para mim, este é o preto e branco. Sou às vezes o pontinho no meio. Quando é preciso para os outros.
Nos últimos meses passei por uma fase yin, com o seu ponto yang bem visível. Culminou num acontecimento que teve lugar quinta-feira passada e que será aqui mencionado mais tarde. Catarse, talvez possa dizer-se. Porque às vezes é mais fácil a demolição total do que a reconversão de qualquer edifício (diz-se assim, senhor engenheiro?). E todos nós somos edifícios. Bem ou mal construídos, que podem melhorar as funcionalidades durante o tempo de utilização mas nos quais o tempo vai também, e inevitavelmente, deixando as suas marcas.
Talvez esteja a ficar bipolar e só agora que se aproxima a Primavera consegui reunir a força que me permite entrar na fase yang. Talvez...
Seja como for, ainda bem. Cansei durante estes meses. Os outros, mas sobretudo a mim própria.
Preto e branco? Pode ser. A busca incessante do equilíbrio é que traz sempre o cinzento....
Dizem que as imagens valem mil palavras.
Há muitas coisas que valem mais do que as palavras.
Um olhar, um sorriso, um gesto.
Mas há palavras que deixamos por dizer que aumentam o seu valor enquanto estão presas.
Como se estivessem à espera da altura certa para sair. Desculpa e amo-te são talvez os melhores exemplo. É preciso estar atento para saber. Se as soltarmos cedo demais são leves, corremos o risco de serem ocas. Se esperamos demasiado, talvez possam estar atrasadas. Desfasadas do que sentimos.
Pessoalmente, acho que as palavras que nos pesam no peito nunca são ditas tarde demais. Não devemos temê-las, assim como não devemos esperar que nos sejam retribuídas. Há casos em que as palavras não saem pela boca das pessoas, mas podemos ouvi-las se ouvirmos o nosso próprio coração.
Do you trust me? Have a little faith...
do Lat. confidentia segurança e bom conceito que se faz de alguém; convicção do próprio valor; firmeza de ânimo; crédito; intimidade, familiaridade;
atrevimento; audácia; insolência.
|
do Lat. fide, confiança crença religiosa; crença, convicção em alguém ou alguma coisa; convicção; firmeza na execução de um compromisso; crédito; confiança; intenção; virtude teologal.
|
FONTE: www.priberam.pt
Ou seja... não são assim tão diferentes... Eu confio em mim, porque estou convicta do meu próprio valor.
Mas no que diz respeito aos outros, é mais fácil ter fé do que confiar? Não sei...
Gosto de confiar na bondade alheia, tenho fé que a humanidade seja, no geral, bondosa. Confio na boa vontade de quem quer mudar para melhor, tenho fé que cumpra os objectivos a que se propõe. Confio nos meus amigos, tenho fé que também confiem em mim.
Quando votamos num político à espera de mudança, é a fé que nos move. Quando contamos um segredo para aliviar um fardo, só o fazemos a alguém em quem confiamos.
Sou uma mulher de fé (por todos os motivos e mais alguns que não exponho...). Mas também quero ser de confiança. Percebo a diferença...
As palavras não são a resposta. As respostas às perguntas mais difíceis estão sempre nos actos...
some words come and get you.
Regret Surprise
Passion
Commitment
Illusion
Guilt
Responsibility
Duty
Family
Hope
Forgiveness
some of them you want as far as possible and some you want to become you.
But words, i remember saying it once, are like stones. You keep them or can throw them. Build a castle or turn them into insignificant sand.
At the end of some days, words are all you have. And at the end of some days they are meaningless.